23 de julho de 2008

Tempos mais limpos e claros estão por vir

A gente começa a desconfiar do nosso "sano" auto-controle quando não sabemos dosar as coisas. Me arriscaria a dizer que tudo no mundo tem a sua dose certa, e dessa forma balanceada, podemos desfrutar dos benefícios de certas coisas.

Eu sempre fiz questão de apresentar-me superior frente à este tipo de coisa. Uma delas é o cigarro que pode provocar efeitos arrebatadores. De acordo com o livro Mortality From Smoking in Developed Countries 1950-2000, no mundo inteiro seis fumantes morrem por minuto. Lembro-me que no início deste meu caminho desbotado e ao mesmo tempo infestado de fumaça, repetia toda vez que o acendia: "sou mais forte do que você, e nunca vou deixar você tomar as rédeas da minha vida". Entretanto, o tempo foi passando e com a mesma intensidade, crescia o número de cigarros fumados. Ainda assim, às vezes eu dava um break, que confesso não durava mais de 2 meses. Estou tocando neste assunto pois nesta madrugada estive pensando sobre quem estava consumindo quem. E percebi que já não sabia mais, se era eu é que o fumava, ou se ele é que me tragava.
A vantagem de ter dois pulmões já não parece ser lá grandes coisas. Tenho fumado compulsivamente nos últimos tempos, e o que me consolava eram os problemas e preocupações que iam surgindo, ou até mesmo os momentos de extrema felicidade. Como que pode, né?! Tenho a impressão de que quando se trata de um tipo de vício, nós passamos a esconder a sujeira de nossas fraquezas embaixo do tapete de desculpas deslavadas. "Hoje eu vou me permitir fumar, estou muito feliz que comprei minha passagem para a Europa." E por aí vai, e dessa forma fui me enganando, pitadas após pitadas, que contribuíram de forma ativa para o nível em que estou hoje. Sim, caro leitor. Essa pequena porção de tabaco seco e picado, enrolado em papel fino manufaturado, colocou-me a beira de um precipício fictício.
Talvez seja a hora de dosar algumas coisas da minha vida, tanto as horas de sono prolongadas, quando a frequência das visitas aos bares e butecos. E o cigarro, não me pergunte o por quê, mas ele será apenas reduzido, e não eliminado. Pelo menos por enquanto. Logo, não estranhe se nos próximos dias eu passar a ficar mais irritado, e ficar com fomes repentinas, esses são só alguns dos muitos sintomas de abstinência que estou exposto a experimentar.


(Los Hermanos - Mais uma canção)

4 comentários:

Maria Eduarda disse...

fome repentina? me liga que eu passo na tutti pane e compro dois pães com mussarela
estresse? eu aturo..
largar a vida boêmia? espera até dia 20 de agosto?

sei que vc é capaz o suficiente de realizar seus sonhos e desejos!
e, quando vc realmente quiser parar, vc vai conseguir!

qualquer coisa, vc sabe, to aqui.

beijos

Camiz disse...

Isso aí, muito bom!
MAS DEIXA PRA PARAR COM SUA VIDA BOÊMIA DEPOIS QUE EU FOR EMBORA?

beijos :*

Leandra Postay disse...

Veja só, li todos os textos atrasados! \o/

Bom que perceba o que deve mudar em sua vida agora, porque se acontecesse mais tarde, as mudanças seriam muito mais complicadas. Não que eu tenha experiência para dizer, mas é o que a vida dos outros me faz concluir. :B

Boa sorte.

Nathália E. disse...

Eu já fumei, mas por sorte não cheguei a me viciar.
Sei lá, é difícil eu me prender a alguma coisa, inclusive a vícios.
Mas admito que volta e meia sinto vontade de fumar algum.

E acho importante quando percebemos que devemos dimuir e, talvez, até abolir algo. Sinal de que prestamos atenção e cuidamos de nós.

Beijo!