29 de junho de 2008

A wonderful time

Tenho andado cabis baixo, com uma baita saudade das terras geladas da Noruega. Por isso, vou deixar aí um texto que escrevi em meados de Maio de 2007, quando ainda estava fazendo intercâmbio.

Eu vejo o mundo diferente.

No inicio, viver um ano no exterior não passava de um sonho, que com o tempo, felizmente, tornou-se realidade. Foi uma mistura de ousadia com coragem, de sabedoria e malandragem que me fez abrir mão da minha família, dos meus amigos; do meu país e mergulhar no desconhecido por um ano. E neste ano a sede foi de aprender e a fome foi de viver, e vim pra aprender arriscando. Esse ano era importante demais pra perder tempo com medo, insegurança ou até me preocupando com o que as pessoas poderiam pensar a meu respeito. Vim com os olhos curiosos, com a cabeça fora do casco, tentando engolir o mundo de uma vez só.
No inicio, eu lembro ainda era verão, depois o sol tirou merecidas férias e vivemos 3 meses na escuridão, nos lembrando que a lua tambem tem seus 15 minutos de fama. Dando assim, início ao famoso e tenebroso inverno noruegues, inverno este capaz até de congelar os sentimentos e os sorrisos dos nativos. A aurora boreal mesmo com todas as suas exigencias sempre que possivel, ela marcava presenca, para que o inverno não ficasse tão assustador. A neve deu o ar da graca muitas vezes e acabou até se tornando algo incoveniente, e antes que tudo congelasse, o sol voltou para nos manter vivos e melhor, vivos e aquecidos. O calor voltou, as folhas comecaram a crescer, e os passaros anunciavam a chegada de bons tempos. Os amigos apareceram, o tempo fez milagres. Um país vermelho, branco e azul chamado Noruega.
Importante mesmo na vida é estar bem consigo mesmo, a partir disso tenho todas as solucões que preciso. Fazer intercambio foi como ver pela primeira vez o cara que estava do outro lado do espelho. Olhei pra frente e tracei meu objetivo; ter casa com piscina é bom, ser ator, jornalista e fotógrafo não é nada mal. Ter 3 filhos, casa grande, 2 carros na garagem, casa de praia, tv de plasma tudo isso é muito bom. Mas mais importante que status, lazer e conforto é ser feliz, e para fazer isso eu só preciso de uma pessoa: eu mesmo.
Eu aprendi uma nova cultura, um novo idioma e consequentemente adiquiri novos habitos. Assumi a responsabilidade por mim mesmo e encarei tudo de peito aberto, e como todo brasileiro, fui de samba no pé. Aprendi outros valores, e com a mesma perpicácia, aprendi a dizer não ao racismo, a intolerancia e a discriminacão. Resolvi mudar, e mudei pra melhor. Exaltar a gentileza, os sentimentos, ser mais humano e comecar um dia com um sorriso, foi só um comeco de um mundo melhor, porque para mudar mundo, a mudança começa dentro de mim mesmo.

3 comentários:

Camiz disse...

Você sabe que eu adoro esse assunto: intercambio!
Posso te pedir pra me levar pra conhecer o inverno escuro da noruega? Depois de uma visitinha na Holanda prevista pra dezembro?

Camiz disse...

Mas o que que tá acontecendo? poxa vida, você tá me entristecendo.

Maria Eduarda disse...

UM questionamente, eles são frios demais ou nós somos quentes demais?
Enfim, muito bom seu texto.

Beijos