
Eu estava furioso, após uma madrugada conturbada. Cheguei da rua, e o sol já tinha nascido. Tocaram no meu ego, no meu orgulho. Eu não aceitei. E com o objetivo de espelir todo o sentimento de fracasso que repentinamente causou mau cheiro no meu queijo. As coisas tonaram-se escuras, e comecei a sentir saudade de tantas pessoas ao mesmo tempo, que parecia que elas se foram por culpa minha. Saquei o pincel, depois tubos de tinta a óleo. E segundos depois, senti-me aliviado, e de frente a letras grandes; palavras que gritaram, e assim, fizeram-me voltar a ouvir o som dos pássaros matinais. Até que já estava cansado. Fui me deitar. Bateram na porta, era uma arara. Minha mãe não gostou, e insinuou de que eu estava sob efeitos das drogas. E ela nem imaginava que o que aconteceu foi pior, muito pior que qualquer tipo de alucinógeno. O resultado de tudo isso foi uma "nova" reunião familiar. Recheada de drama, reclamações, insatisfações, cobranças, culpas, desapontamentos e tudo mais provenientes de uma carência paterna e materna muito grande. Desde que voltei de terras geladas, não me sinto conectado à minha família, mas é óbvio. Eu os amo, independentemente se temos contato todos os dias ou não. Mas já não está em minhas mãos voltar a ser o cara que era antes de fazer intercâmbio. E assim, concluo que eles ainda não se readaptaram à pessoa que sou.
Estou como chuveiro velho: nem ligando, nem esquentando. Eles irão sempre viver experiências que eles acreditam serem verdadeiras. Logo eles, pessoas que trabalham com coisas que envolvem crenças e realidade de forma ultra-ligada, tão como lógica óbvia. Assim criei um mundo individual. Onde não há mais necessidade de abraços e segredos compartilhados. A Bruna

A boa notícia é que meu professor de sociologia, respondeu o e-mail que eu havia mandado, e disse que iria me dar uma nova chance. A prova foi hoje e há grandes chances de não ficar reprovado em nenhuma matéria. A outra, porém não tão boa, é que vou ter que abandonar os bares e butecos que tenho ido com certa frequência ultimamente. Meus pais estão se tornando insuportáveis, e eu preciso economizar dinheiro. Acaba que quem realmente sofre com tudo isso são meus pulmões. Haja cigarro.
As fotos são de um excelente filme, Candy. Em que me fez assimilar a minha atitude, com a da protagonista que sob efeitos de drogas e da raiva, escreve um suposto trágico fim da história do casal, nas paredes de sua casa.
(Los Hermanos - Sentimental).
2 comentários:
É. Parece que dessa vez você pensou muito antes de soltar o "FOOODA-SE"!
Estou orgulhosa de você! Eu tambem tive que abrir mão da minha vida social, mas por motivos diferentes dos seus. A civilização capixaba perdeu muito, você não acha? Entretanto os meus pulmões não tem sofrido de nenhum mal, para que eu tenha que dizer "FOODA-SE" para eles. Enfim, bem vindo ao mundo dos entocados. Nós podíamos trocar relatos dessa experiência maravilhosa. O que você acha?
of course we will! ;)
pra onde você quer ir bohemiar?
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