15 de julho de 2008

Just like "Candy"


Eu estava furioso, após uma madrugada conturbada. Cheguei da rua, e o sol já tinha nascido. Tocaram no meu ego, no meu orgulho. Eu não aceitei. E com o objetivo de espelir todo o sentimento de fracasso que repentinamente causou mau cheiro no meu queijo. As coisas tonaram-se escuras, e comecei a sentir saudade de tantas pessoas ao mesmo tempo, que parecia que elas se foram por culpa minha. Saquei o pincel, depois tubos de tinta a óleo. E segundos depois, senti-me aliviado, e de frente a letras grandes; palavras que gritaram, e assim, fizeram-me voltar a ouvir o som dos pássaros matinais. Até que já estava cansado. Fui me deitar. Bateram na porta, era uma arara. Minha mãe não gostou, e insinuou de que eu estava sob efeitos das drogas. E ela nem imaginava que o que aconteceu foi pior, muito pior que qualquer tipo de alucinógeno. O resultado de tudo isso foi uma "nova" reunião familiar. Recheada de drama, reclamações, insatisfações, cobranças, culpas, desapontamentos e tudo mais provenientes de uma carência paterna e materna muito grande. Desde que voltei de terras geladas, não me sinto conectado à minha família, mas é óbvio. Eu os amo, independentemente se temos contato todos os dias ou não. Mas já não está em minhas mãos voltar a ser o cara que era antes de fazer intercâmbio. E assim, concluo que eles ainda não se readaptaram à pessoa que sou.

Estou como chuveiro velho: nem ligando, nem esquentando. Eles irão sempre viver experiências que eles acreditam serem verdadeiras. Logo eles, pessoas que trabalham com coisas que envolvem crenças e realidade de forma ultra-ligada, tão como lógica óbvia. Assim criei um mundo individual. Onde não há mais necessidade de abraços e segredos compartilhados. A Bruna (ex-namorada), reclamava bastante disso. Porém ainda não consigo enxerga o lado ruim dessa mania de querer ser independente. Talvez por isso não tenho mudado até hoje. E já me falaram de tudo, que não sei ouvir os outros, e que isso me torna irredutível. Aos criticos me defendo dizendo que sei sim escutar, mas isso não significa que eu vá concordar com sua idéia ou ponto de vista. Eu não me interesso sobre como os outros me julgariam. Isso pouco importa. Eu tenho meus planos e objetivos, e há apenas uma pessoa capaz de torná-los realidade. Mais importante que aceitar ser deste jeito, é ter certeza de que é assim que quero ser nos próximos anos.

A boa notícia é que meu professor de sociologia, respondeu o e-mail que eu havia mandado, e disse que iria me dar uma nova chance. A prova foi hoje e há grandes chances de não ficar reprovado em nenhuma matéria. A outra, porém não tão boa, é que vou ter que abandonar os bares e butecos que tenho ido com certa frequência ultimamente. Meus pais estão se tornando insuportáveis, e eu preciso economizar dinheiro. Acaba que quem realmente sofre com tudo isso são meus pulmões. Haja cigarro.

As fotos são de um excelente filme, Candy. Em que me fez assimilar a minha atitude, com a da protagonista que sob efeitos de drogas e da raiva, escreve um suposto trágico fim da história do casal, nas paredes de sua casa.

(Los Hermanos - Sentimental).

2 comentários:

Camiz disse...

É. Parece que dessa vez você pensou muito antes de soltar o "FOOODA-SE"!
Estou orgulhosa de você! Eu tambem tive que abrir mão da minha vida social, mas por motivos diferentes dos seus. A civilização capixaba perdeu muito, você não acha? Entretanto os meus pulmões não tem sofrido de nenhum mal, para que eu tenha que dizer "FOODA-SE" para eles. Enfim, bem vindo ao mundo dos entocados. Nós podíamos trocar relatos dessa experiência maravilhosa. O que você acha?

Camiz disse...

of course we will! ;)
pra onde você quer ir bohemiar?