
Eu olho pra trás e lembro-me de tudo que me aconteceu desde o ultimo dia 12 de dezembro de 2008. Só eu sei quão difícil foi realizar este sonho de voltar ao continente europeu. Foram necessários árduos dez meses de trabalho e só então pude garantir as passagens de ida e volta pra uma das maiores aventuras da minha vida.
Comecei fazendo uma visita inédita à Bélgica. Lá morei com a família hospedeira da Laila, uma amiga minha que está fazendo intercâmbio lá. Após uma semana fui à casa da Elisa, uma belga que fez morou em Vitória no ano passado. Durante esses nove dias expandi absurdamente meus conhecimentos sobre cervejas e sobre o povo belga.
Enquanto estava hospedado na cidade de Hasselt, eu e Elisa fomos dirigindo até uma cidade localizada bem perto da fronteira para encontrar com a Camila, que está morando na Holanda por um ano. O nome da cidade é Mastrischt. Depois da visita ouvi dizer que não se tratava de uma cidade com claras características do país. Mas isso não foi capaz de me fazer desconsiderar os Coffee Shops que freqüentei, que na minha opinião, não poderiam pertencer a qualquer outro lugar do mundo.
E depois de tanta festa, folia, alegria e diversão, embarquei para o interior do norte norueguês onde eu encontraria a calmaria em forma de neve.
O plano era chegar de surpresa na casa da minha ex-família hospedeira e passar o natal e o réveillon com eles. Claro que aproveitei para reencontrar outras pessoas importantes como a família do Johann. As tradições da Noruega nesta época do ano me fascinam e desta vez as coisas não foram diferentes. Robin e Inger, meus pais hospedeiros, ficaram surpresos com a minha presença e assim como todos da família, me receberam de forma formidável. O retorno à Leknes, cidade onde morei em 2006-07, foi emocionante e frustrante ao mesmo tempo. As ruas por onde andei me levavam a lembranças sofridas, de um tempo que eu nunca vou esquecer. Foi estranho percorrer os cantos da cidade sem a Min (intercambista chinesa que freqüentava a mesma sala de aula que eu). E quando as coisas começaram a esfriar de verdade, com direito a nevascas e tempestades, viajei em direção ao sul.
Combinei de visitar a Kaia e a sua família por quatro dias. Eu não podia imaginar que seria recebido de forma tão aberta. Foi inevitável uma grande integração com toda a família em tempo recorde. Então, peguei um avião à Oslo, fui direto à Kongsbergen, e lá reencontrei a Charlotte. No outro dia, de forma repentina, decidi voltar ao centro de Oslo e passar a noite na casa da Mira, amiga que eu não via desde 2007. Enquanto estivemos juntos andamos pelas ruas, visitamos alguns pontos turísticos, paramos para comer uma pizza e aproveitamos para conversar e nos conhecer melhor. De quebra ainda revi a Cristine, que fez questão de me pagar uma boa cerveja.
No dia seguinte, corri para o aeroporto e fui à Roma. De lá a Maya foi dirigindo até a casa dela em Napoli, cidade que viria gostar só mais tarde. Por essas bandas veio a frustração de não conseguir um emprego, junto com ela veio a insistente febre de 39 graus e pra finalizar descobri que tenho alergia à alcachofra. Durante o tempo em que estive na Itália procurei aprender italiano e curtir um pouco mais minha viagem. Não me lembro de ter ficado embriagado pelo menos uma vez em todas as nossas noitadas que se extendiam em cafés, dicotecas e passeios.
Quase três semanas depois a constatação de que seria inviável a minha permanência na Europa até o dia previsto (20 de fevereiro) veio em forma de bolsos vazios. E isso foi o suficiente para antecipar a minha volta para o dia quatro de fevereiro (semana passada).
Depois de escrever essa retrospectiva sinto-me orgulhoso do que obtive nesses quase dois meses. Além do sonho de reencontrar a minha família norueguesa, eu conheci lugares que eu sempre tive muita vontade de visitar. Revi grandes amigos e com eles me diverti muito. Agora o que sobrou além dos panfletos de festas européias que guardei e as fotos que tirei, a doce lembrança do verão mais frio dos últimos tempos.
Um comentário:
Foi só um dia que eu tive pra matar, pelo menos um pouquinho, a saudade que eu venho sentido por aqui.
Mas foi esse dia que me fez voltar no tempo, para a viagem de conc. da barra, quando voce falou que iria se afastar um pouco da afs, e eu lembro que eu fiquei muito triste.
Dai voce falou, então promete que a gente nao vai se afastar quando voce for pra holanda, e eu prometi. Mas voce riu da minha cara com deboche, falando que isso era impossivel.
Você nao tá aqui, aqui do meu lado, mas tá aqui dentro no meu coração. Precisa estar mais perto que isso?
Comis.
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